domingo, 30 de outubro de 2011

Ainda sobre a Esperança...


O que é Esperança senão a única posse dos que nada têm?
É o analgésico da dor e do desespero mas quando é vã, não passa de um adiar da derrota.
Nasce da incerteza, alimenta-se do sonho e morre apenas quando a luz dos nossos olhos se apaga. No entanto, aliada à audácia, há provas de que é imortal.


 

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.E que posso evitar que ela vá a falência.Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não."
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta."


Augusto Cury
Dez leis para ser feliz da Editora Sextante.
Ano 2003

"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa



Para relaxar, com um sorriso radioso

Dizem que a esperança é a última a morrer...



"Uma das situações da vida mais cheia de esperanças é aquela em que estamos tão mal que já não poderíamos estar pior."


     
                                 

 As Confissões de Felix Krull
Thomas Mann
1875 -1955

sábado, 29 de outubro de 2011

Às vezes o tempo custa a passar, outras passa a correr...




"Nada está feito enquanto resta alguma coisa para fazer."

Romain Rolland
1866 // 1944
Novelista, Biógrafo, Compositor e Musicólogo

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Porque uns não precisam de leis e os outros as contornam...




"As pessoas boas não precisam de leis para lhes dizerem para agirem responsavelmente, enquanto as pessoas más encontrarão uma maneira de contornar as leis."
                                                                                              Platão

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Para ti que estás fora do ar por tempo indeterminado


quero dizer-te que não estás só...

Por motivos alheios à minha vontade, provavelmente devido ao mau tempo que hoje se faz sentir, os meus neurónios deixaram momentaneamente de emitir sinapses. A avaria encontra-se neste momento a ser reparada. Pelo facto pedimos as nossas desculpas (minhas e deles). A emissão será retomada logo que possível. Obrigada.

Let's get some fun out of life...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Florence + The Machine - Shake It Out

Nota sobre o roubo da prosperidade

....embora eu defenda a teoria da comparticipação, por estarmos perante a concorrência, por vários agentes e agências, para a prática de um facto penalmente relevante (cfr artigo 26.º e ss do Código Penal).

"VIVEMOS NUM MUNDO CONTAMINADO PELAS MÁS NOTÍCIAS E SE NÃO TOMARMOS O DEVIDO CUIDADO, ESSAS MÁS NOTICIAS INFLUENCIAR-NOS-ÃO AO PONTO DE NOS ROUBAREM A PROSPERIDADE".

autor desconhecido da signatária

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Miles Davis - Tempus Fugit.wmv





Não adianta querer apressar o tempo

Em tempo:
... só para quem acredita em sincronicidades...





Para tudo há um momento e um tempo para tudo o que se deseja debaixo do céu:

Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar e tempo de arrancar plantas,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de destruir e tempo de edificar,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de lamentar e tempo de dançar,
tempo de atirar pedras, e tempo de as ajuntar,
tempo de abraçar e tempo de evitar o abraço,
tempo de procurar e tempo de perder,
tempo de guardar e tempo de atirar fora,
tempo de rasgar e tempo de coser,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de guerra e tempo de paz.

Eclesiastes 3, 1-8

Pela madrugada...

Por falar em lua...

Claire de Lune  - Paul Verlaine

Votre âme est un paysage choisi
Que vont charmant masques et bergamasques
Jouant du luth et dansant et quasi
Tristes sous leurs déguisements fantasques.
x
Tout en chantant sur le mode mineur
L'amour vainqueur et la vie opportune
Ils n'ont pas l'air de croire à leur bonheur
Et leur chanson se mêle au clair de lune,
x
Au calme clair de lune triste et beau,
Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres
Et sangloter d'extase les jets d'eau,
Les grands jets d'eau sveltes parmi les marbres.


domingo, 23 de outubro de 2011

Sabedoria popular


A Lua de Outubro sete Luas cobre, e se chove, nove.

The days grow long ...



The falling leaves drift by my window
The autumn leaves of red and gold
I see your lips, the summer kisses
The sunburned hands, I used to hold


Since you went away, the days grow long
And soon I'll hear old winter's song.
But I miss you most of all, my darling,
When autumn leaves start to fall.


Since you went away, the days grow long
And soon I'll hear ol' winter's song.
But I miss you most of all my darling,
When autumn leaves start to fall.


Yes, I miss you most of all, my darling
When autumn leaves start to fall


Autumn leaves - Eric Clapton

Podia ...

Podia com teus olhos
escrever a palavra mar.
Podia com teus olhos
escrever a palavra amar
não fossem amor já teus olhos.

Podia em teus olhos navegar
conjugar os verbos dar e receber.
Podia com teus olhos
escrever o verbo semear
e ser tua pele
a terra de nascer poema.

Podia com teus olhos escrever
a palavra além ou aqui
ou a palavra luar,
recolher-me em teus olhos de lua
só teus olhos amar.

Podia em teus olhos perder-me
não fossem, amor, teus olhos,
o tempo de achar-me.

Amar teus olhos
Carlos Melo Santos, in "Lavra de Amor"

Kiss The Rain - Yiruma

Chuva, caindo em silêncio

Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.

Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.

Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...

Chuva - Francisco Bugalho
in "Paisagem"
(1905-1949)

Um dia de chuva...



Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.


Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Relembrado por terceiros no Facebook, mas não resisti...

O meu amor tem lábios de silêncio
E mão de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito

O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Separou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura

O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe


O meu amor existe - Jorge Palma



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ai Portugal, Portugal

Nevoeiro ou Fogo-fátuo?

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa, Mensagem

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Às vezes só o Cigala me encanta..."

"En la vida hay amores que nunca pueden olvidarse,
Inborrables momentos que siempre guarda el corazón,
Porque aquello q un dia nos hizo temblar de alegria,
Es mentira que hoy pueda olvidarse con un nuevo amor,
He besado otros labios buscando,
Nuevas ansiedades,
y otros labios extraños me estrechan llenos de emocion,
Pero solo, consiguen hacerme, recordar los tuyos,
Inolvidablemente viviran en mi, inolvidablemente viviran en mi"


Diego Cigala  




prece para os tempos que correm - Efatah

Um Homem sussurrou: Deus, fala comigo!
E um rouxinol começou a cantar
mas o Homem não ouviu.

Então o Homem repetiu: Deus, fala comigo!
E um trovão ecoou nos céus
mas o Homem foi incapaz de perceber.

O Homem olhou em volta e disse: Deus, deixa-me ver-Te!
E uma estrela brilhou no céu
mas o Homem não a notou.

O Homem começou a gritar: Deus mostra-me um milagre!
E uma criança nasceu
mas o Homem não sentiu o pulsar da vida.

Então o Homem começou a chorar e a ficar desesperado:
Deus, toca-me e deixa-me sentir que existes e que estás aqui comigo.
E uma borboleta pousou suavemente no seu ombro.
O Homem espantou a borboleta do seu ombro e desiludido
continuou o seu caminho triste, sozinho e com medo...
Canção e prece dos índios Cherokee
Efatah: palavra aramaica que significa Abre-te

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Com todo o respeito, Jorge Palma está de volta!

Músicas que me fazem sorrir...

Táctica e Estratégia...

Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple

mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.



Táctica y estategia - Mário Benedetti

Sophia...

Hoje deu-me para ler Sophia...
Estes três poemas foram escolhidos ao acaso ao folhear erraticamente o "Obra Poética";  se também foi por acaso que os meus olhos se detiveram neles? Pois não sei.


I
Espero sempre por ti o dia inteiro, 
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética, Caminho, pág. 23

*
II
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

ob. cit., pág. 325
*
III
Nunca mais te darei o tempo puro
Que em dias demorados eu teci
Pois o tempo já não regressa a ti
E assim eu não regresso e não procuro
O deus que sem esperança te pedi.

pág. 327


Something to make us smile...

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile

I read bad poetry
Into your machine
I save your messages
Just to hear your voice
You always listen carefully
To awkward rhymes
You always say your name,
Like I wouldn't know it's you,
At your most beautiful

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile

At my most beautiful
I count your eyelashes, secretly
With every one, whisper I love you
I let you sleep
I know you're closed eye watching me,
Listening
I thought I saw a smile

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile

At my most beautiful - REM


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

2Pac - Changes

Mr. Taxman...

e por cavalos....de pau


Tempos houve em que:


Os cavalos podiam ser de madeira, mas ainda assim os gregos triunfavam sobre Troia e sobre o Euro 2004. A troika não passava de um carro puxado por 3 solípedes.

Hoje,
As cavalgaduras proliferam, a madeira tem buracos e os gregos sucumbem sob Troi(k)a e sob o Euro em 2011. A Troika não passa de um veículo de  estagnação.

Por cavalgaduras...



 
"(...)
— Não, senhor, um navio, um simples navio...
— Um navio?
— Sim, senhor, um navio fretado à custa da nação, em que se mandasse pela barra fora o rei, a família real, a cambada dos ministros, dos políticos, dos deputados, dos intrigantes, etc. e etc.
Carlos sorria, às vezes argumentava com ele.
— Mas está o Sr. Vicente bem certo, que apenas a cambada, como tão exactamente diz, desaparecesse pela barra fora, ficavam resolvidas todas as coisas e tudo atolado em felicidade?
Não, o Sr. Vicente não era «burro» que assim pensasse. Mas, suprimida a cambada, não via Sua Excelência? Ficava o país desatravancado; e podiam então começar a governar os homens de saber e de progresso...
— Sabe Vossa Excelência qual é o nosso mal? Não é má vontade dessa gente; é muita soma de ignorância. Não sabem.
Não sabem nada. Eles não são maus, mas são umas cavalgaduras!"


Eça de Queirós,
 Os Maias,Cap. IV


Cavalos e cavalgaduras...

"Se os cavalos tivessem mãos e pudessem pintar, pintariam os seus deuses sob a forma de cavalos."

Xenófanes de Cólofon

(Importante não confundir os cavalos e os deuses com as cavalgaduras que proliferam por aí.)

OE 2012 (Em tempos que nos tiram a vida em rubricas...)

"Põe-te ao trabalho, ó minha alma, é preciso purificar a tua vida."

Gregório de Nazianzo

domingo, 16 de outubro de 2011

Ev'ry Time We Say Goodbye pelas ruas outonais de Sintra

Concordo...



«Quando o meu amigo está infeliz, vou ao seu encontro; quando está feliz, espero por ele.»

Henri Amiel - Escritor, poeta, filósofo
(1821-1881)

Ó MUNDO: EMBRULHA LÁ ESTA

O mundo ajuda toda a gente, compreende toda a gente – desde que essa gente compreenda o mundo. E compreender o mundo é muito simples: se dizes que és fraco o mundo ajuda-te, dá-te palmadinhas nas costas, diz-te “vá lá, não és tão mau assim, anima-te, vais ver que vais conseguir erguer-te.” Se, pelo contrário, disseres, porque é essa, de facto, a tua convicção, que és bom no que fazes, que és feliz no que fazes, e que és um gajo competente e altamente talentoso, então o mundo revolta-se. O mundo revolta-se contra ti. Chama-te arrogante, chama-te prepotente, chama-te vaidoso, ataca-te por todos os meios. E sem meios-termos. As maiores revoltas, os maiores ódios, são contra aqueles que se assumem bons – e não contra aqueles que se assumem maus. Mesmo que aquele que se assuma bom seja mesmo bom, vai ser atacado; mesmo que aquele que se diga mau seja mesmo mau, vai ser protegido. (...) Habitua-te. Ou pensavas que ser bom era bom?
 por Pedro Chagas Freitas

Para recordarmo-nos que estamos no Outono!

A ti... que estás constipada, mas que aguentas bem porque não és homem

       Pachos na testa, terço na mão,
      Uma botija, chá de limão,
      Zaragatoas, vinho com mel,
      Três aspirinas, creme na pele
      Grito de medo, chamo a mulher.
      Ai Lurdes que vou morrer.
      Mede-me a febre, olha-me a goela,
      Cala os miúdos, fecha a janela,
      Não quero canja, nem a salada,
      Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
      Se tu sonhasses como me sinto,
      Já vejo a morte nunca te minto,
      Já vejo o inferno, chamas, diabos,
      Anjos estranhos, cornos e rabos,
      Vejo demónios nas suas danças
      Tigres sem listras, bodes sem tranças
      Choros de coruja, risos de grilo
      Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
      Não é o pingo de uma torneira,
      Põe-me a Santinha à cabeceira,
      Compõe-me a colcha,
      Fala ao prior,
      Pousa o Jesus no cobertor.
      Chama o Doutor, passa a chamada,
      Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
      Faz-me tisana e pão de ló,
      Não te levantes que fico só,
      Aqui sózinho a apodrecer,
      Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.



Sátira aos HOMENS quando estão com gripe - António Lobo Antunes

Talvez ...

"A ausência do ser amado deixa atrás de si um lento veneno que se chama esquecimento."
Claude Aveline ( Et tout le reste n'est rien)


"Rever-se, muitas vezes, é a autêntica separação."
Christian Hebbel (Diários)


"A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga o pequeno, inflama o grande."

Roger Bussy - Rabutin (História Amorosa das Gálias)


Como uma nuvem

"O beijo fulmina-nos como o relâmpago, o amor passa como um temporal, depois a vida, novamente, acalma-se como o céu, e tudo volta a ser como dantes.
Quem se lembra de uma nuvem?"


Guy Maupassant

Just Love or leave me

É aproveitar-mos este "Verão" de Outubro

Desejo mais ver do que dizer.



Os dias do futuro ficam diante de nós
como fila de pequeninas velas acesas -
douradas, quentes, e vivas pequeninas velas.

Os dias passados ficam para trás,
uma linha triste de velas que se apagaram;
as mais próximas soltam fumo ainda,
velas frias, derretidas, e torcidas.

Não quero vê-las; dá-me dó a sua figura,
e dá-me dó lembrar-me da sua luz primeira.
Olho para a frente para as minhas velas acesas.

Não quero voltar-me para não sentir horror ao ver
que rapidamente se torna longa a linha escura,
que rapidamente se multiplicam as velas apagadas.


Velas - Konstandinos Petrou Kavafis
tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
in "Os Poemas", Relógio D'Água, pág. 203

O título: "Desejo mais ver do que dizer",
do mesmo poeta e obra,"Coisas pintadas" pág. 115

sábado, 15 de outubro de 2011

AC




Colhe somente
As flores que precisas
P`ra seres feliz.

Ana (AC)

Os Anos São Degraus

Os anos são degraus, a Vida a escada. 
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
só Deus pode fechá-la,
pode abri-la.

São vários os degraus; alguns sombrios,
outros ao sol, na plena luz dos astros,
com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
nas mãos dos vendavais.

Mas tudo são degraus; tudo é fugir
à humana condição.
Degrau após degrau,
tudo é lenta ascensão.

Senhor, como é possível a descrença,
imaginar, sequer, que ao fim da Estrada,
se encontre após esta ansiedade imensa
uma porta fechada
e mais nada? 

                                                                    "
Asa do Espaço"   
                                                                                                      Maria Fernanda Teles de Castro e Quadros Ferro
                                                                                                      (também usava o nome Fernanda de Castro, Escritora
                                                                                                        1900-1994)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Esta Cidade" dos Xutos bem podia ser o País de quem leva os Pontapés...

http://youtu.be/Vu2xhB8V-F4

Ir de cana só à pesca

Enquanto transita e não transita a decisão podia o Isaltino (Morais) ponderar a partilha do arrendamento com o João (Vale e Azevedo) em Londres. E quem sabe não poderiam beneficiar do regime dos que vivem em economia comum. Já agora, também não era má ideia deixar um quartinho reservado para o Duarte (Lima).

Sem desperdícios

            A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo.

Victor Hugo (1802-1885)


Hoje ao vivo no OLGA CADAVAL - SINTRA

Hoje é Sexta-Feira e faz Sol

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Notícias do dia:


ANEMIA

Sorriso Audível das Folhas

Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

Nem sei onde nem como está...

http://youtu.be/gGXdXcpNsv4

Nietzsche ao fim da noite

"y sólo cuando soy una carga para mí mismo
vosotros me cáeis pesados"

Poesía póstuma

Ele há coisas...

http://youtu.be/V_jDSEznZZA

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Acção e reacção

REFLEXO(E)S


Todas as Nossas Paixões se Justificam a Si Próprias
Existem duas ocasiões distintas em que examinamos a nossa própria conduta e buscamos vê-la sob a luz em que o espectador imparcial a veria: primeiro, quando estamos prestes a agir; e, segundo, depois que agimos. Em ambos os casos os nossos juízos tendem a ser bastante parciais, mas eles tendem a tornar-se ainda mais parciais quando seria da maior importância que não fossem. Quando estamos prestes a agir, a veemência da paixão raramente nos permitirá considerá-la com a isenção de uma pessoa neutra. As violentas emoções que nesse momento nos agitam distorcem os nossos juízos sobre as coisas, mesmo quando buscamos colocar-nos na situação de outra pessoa. (...) Por essa razão, como diz Malebranche, todas as nossas paixões se justificam a si próprias, e parecem razoáveis e proporcionais aos seus objectos enquanto nós estivermos a senti-las. (... ) A opinião que cultivamos do nosso próprio carácter depende inteiramente dos nossos juízos acerca da nossa conduta passada. Mas é tão desagradável pensarmos mal de nós mesmos que amiúde afastamos propositadamente o nosso olhar das circunstâncias que poderiam tornar o julgamento desfavorável. (...) Esse auto-engano, essa fraqueza fatal dos homens, é a fonte de metade das desordens da vida humana. Se pudéssemos ver-nos como os outros nos vêem, ou como veriam se estivessem a par de tudo, uma reforma geral seria inevitável. Seria impossível, de outro modo, suportar a visão.

Adam Smith, in 'A Teoria dos Sentimentos Morais'