quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Que se experimentem uma vez os imbecis!
A oposição confessa sempre que os ministros, que ela cobre de injúrias, têm, à parte os disparates que fazem, um talento de primeira ordem! Por outro lado, a maioria admite que a oposição, a quem ela constantemente recrimina pelos disparates que fez, está cheia de robustíssimos talentos! De resto, todo o mundo concorda que o país é uma choldra. E resulta, portanto, este facto supracómico: um país governado com imenso talento que é de todos na Europa, segundo o consenso unânime, o mais estupidamente governado!
Eu proponho isto, a ver: que, como os talentos sempre falham, se experimentem uma vez os imbecis!
Os Maias, Eça de Queiros
pág. 371, pela voz do Ega.
Aos que se apaixonam... e são felizes
Quando nos Apaixonamos
Quando nos apaixonamos, ou estamos prestes a apaixonar-nos, qualquer coisinha que essa pessoa faz – se nos toca na mão ou diz que foi bom ver-nos, sem nós sabermos sequer se é verdade ou se quer dizer alguma coisa — ela levanta-nos pela alma e põe-nos a cabeça a voar, tonta de tão feliz e feliz de tão tonta. E, logo no momento seguinte, larga-nos a mão, vira a cara e espezinha-nos o coração, matando a vida e o mundo e o mundo e a vida que tínhamos imaginado para os dois. Lembro-me, quando comecei a apaixonar-me pela Maria João, da exaltação e do desespero que traziam essas importantíssimas banalidades. Lembro-me porque ainda agora as senti. Não faz sentido dizer que estou apaixonado por ela há quinze anos. Ou ontem. Ainda estou a apaixonar-me.
Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)'
Gosto mais de estar com ela a fazer as coisas mais chatas do mundo do que estar sozinho ou com qualquer outra pessoa a fazer as coisas mais divertidas. As coisas continuam a ser chatas mas é estar com ela que é divertido. Não importa onde se está ou o que se está a fazer. O que importa é estar com ela. O amor nunca fica resolvido nem se alcança. Cada pormenor é dramático. De cada um tudo depende. Não é qualquer gesto que pode ser romântico ou trágico. Todos os gestos são. Sempre. É esse o medo. É essa a novidade. É assim o amor. Nunca podemos contar com ele. É por isso que nos apaixonamos por quem nos apaixonamos. Porque é uma grande, bendita distracção vivermos assim. Com tanta sorte.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (14 Fev 2012)'
FONTE: www.citador.pt/
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Aos (meus) Amigos
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill,
Could you learn to read minds?
And in the case of mine
Do you read in the dark?
It's the luck of the draw
How you wound up with me
I don't know how at all
But I beg you to stay
Crawl around on this earth
While the world's still small
Honey, don't think
About it too long now
Honey, don't think,
You're liable to figure me out
There's something wrong
In my stars
Could you look at my chart
Help me heal these scars?
Could you learn to read minds?
And in the case of mine
Do you read in the dark?
Honey, don't think
About it too long now
Honey, don't think,
You're liable to figure me out
You don't want to figure me out
You don't want to figure me out
Honey, don't think
About it too long now
Honey, don't think
You're liable to figure me out
By D. Fonseca
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Parábola do bem e do mal, para ler, no ano do Dragão
Esta é a história de um homem muito rico que ao morrer deixou as suas terras aos filhos. Todos receberam terras férteis com excepção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para o plantio. Os seus amigos entristeceram-se e lamentaram a injustiça que lhe ocorrera. Mas ele só lhes disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. No ano seguinte, uma seca terrível abateu-se sobre a região e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados e o gado morreu. Mas o charco do irmão mais novo transformou-se num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo. Os seus amigos alegraram-se e ele respondeu: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. No dia seguinte, o cavalo fugiu e foi grande a tristeza. Os seus amigos entristeceram-se e ele disse-lhes: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. Passados alguns dias, o cavalo voltou, trazendo consigo dez lindos cavalos selvagens. Os seus amigos alegraram-se e ele novamente lhes disse: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. No dia seguinte, o seu filho montou um cavalo selvagem, caiu e partiu uma perna. Os seus amigos entristeceram-se e ele disse-lhes : “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. Passados poucos dias, os soldados do rei vieram para levar os jovens para a guerra. Todos os rapazes partiram menos o filho da perna partida. Os seus amigos alegraram-se e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o tempo dirá... ”.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Valentine's day
Resolução do Conselho de Ministros nº 16/2012 de 14-02-2012
Aprova os critérios de determinação do vencimento dos gestores públicos.
Aprova os critérios de determinação do vencimento dos gestores públicos.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Caminha suavemente
"Had I the heavens' embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
He wishes for the cloths of heaven
William Butler Yeats
"Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
De noite, de luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos"
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Mas o que é, afinal, um sem-abrigo?*
*sem-abrigo
Que ou quem vive na rua e não tem domicílio fixo. = SEM-TECTO
"Governante francesa aconselha sem-abrigo a “evitarem saídas” por causa do frio"
Em Portugal um sem-abrigo foi multado em €250 por tentar roubar um polvo e um shampô no Pingo Doce
Em Portugal número de famílias que deixou de pagar crédito à habitação disparou 450% em 2011
O que pouca gente sabe:
Na última cimeira europeia e atendendo à gravidade da crise que assola os estados -membros, os governantes fizeram um pacto: se não conseguirem recuperar a economia vão, pelo menos, recuperar-nos o "bom" humor.
Estaremos atentos às próximas medidas.
Algures, num país de piegas, perto do Carnaval
Verticalidade
August Landmesser, O Homem.
If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;
If you can dream -- and not make dreams your master;
If you can think -- and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings -- nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
-Yours is the Earth and everything that's in it,
And -- which is more -- you'll be a Man, my son!
If, by Rudyard Kipling
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Já dizia o Eça...
« Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura. »
Eça de Queirós,
"Correspondência (1891)"
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
keep it simple!
sábado, 4 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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