quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Onde está o nevoeiro desta terra ?

Soneto do Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano

O amigo: Um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica

Vinicius de Moraes

Inscrito no Livro de Lembranças !


 AMCL, 30-06-1957 - 07-02-2022