terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Jürgen Habermas, o último europeu

Por várias razões vale a pena ler a Der Spiegel e por muitas mais, Jünger Habermas.

Isto é só um aperitivo.

"É completamente inaceitável, completamente" – referindo-se às imposições da UE e à perda da soberania nacional da Grécia.
E depois volta a ficar danado: "Os responsáveis são os partidos políticos. Os nossos políticos há muito que são incapazes de aspirar a mais do que serem re-eleitos. Não têm substância política de qualquer espécie, não têm convicções..."

"Zur Verfassung Europas" ("Sobre a constituição da Europa") é o nome do seu novo livro, que é basicamente um extenso ensaio, onde descreve a mudança da essência da nossa democracia por pressão da crise e do frenesim dos mercados. Habermas diz que o poder deixou de estar nas mãos do povo e foi transferido para órgãos de legitimidade democrática duvidosa, como o Conselho Europeu. Basicamente, defende, os tecnocratas há muito que vêm preparando um golpe de Estado silencioso.

Habermas refere-se ao sistema que Merkel e Sarkozy estabeleceram durante a crise como uma "pós-democracia". O Parlamento Europeu não tem praticamente nenhuma influência. A Comissão Europeia tem "uma posição estranha, suspensa", sem nenhuma responsabilidade no que faz. Mas mais importante, no entanto, é o Conselho Europeu, ao qual foi dado um papel central no Tratado de Lisboa" – que Habermas vê como uma “anomalia". Considera o Conselho como um "organismo governamental que se envolve na política sem ter mandato para tal”.

Excerto da entrevista publicada na edição de 2 de Dezembro de 2011 da Der Spiegel


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